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No ano de 2016 o sertanejo era o ritmo mais tocado nas rádios e plataformas de streaming, mas como os amantes não tem lar, em 2017 ele começou a perder espaço para o funk, que vem crescendo mais a cada dia. Em uma busca de continuar no topo e ser o top da balada ele tenta ser amigo, mesmo sabendo que não dá, fazendo nascer assim o Funknejo saindo sempre juntos para curtir a noite de patroa, aproveitar e ficar louca.
Enquanto isso o Rap e o Rock não aparecem em nenhuma lista, eles estão tendo que mudar o seu jeito de abordar a música, mas a questão é que se você mudar vai fazer falta.
A cena Underground, hoje, em Belo Horizonte vem crescendo, muitas bandas vem surgindo, as casas de shows tem dado espaço para essas bandas, tanto para shows solo quanto para abertura de grandes shows, o problema é que os R’s de hoje estão tendo que ralar muito a bunda no chão para no final eles falarem “toma aqui uns 50 reais”. Apesar de estarem ganhando espaço, o trabalho ainda é muito pouco valorizado.
Enquanto o Funk e o Sertanejo, que a cada dia conquistam mais espaço no Mainstream e estão contando os "plaque" de 100 dentro de um Citroën, o Rap e o Rock underground estão contando os 50 reais dentro do busão.

OS R'S DO UNDERGROUND
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Antes de você imergir nesse mundo você precisa saber a diferença do Underground para o Mainstream. Apesar de muitas pessoas acharem que são a mesma coisa, ou nem conhecerem esses termos, existe um grande diferença entre eles.
O Underground é basicamente tudo que não está no Mainstream, é um movimento artístico e ideológico onde as bandas tem total liberdade de expressão e não estão presas a nenhum selo, a nenhuma gravadora. Bandas que estão no cenário underground, não tem o apoio da grande mídia e, tampouco, de gravadoras, tendo, assim, que ir atrás de tudo sozinhas, sejam shows, gravação de músicas, singles, vídeos, merchan, é tudo feito com o dinheiro do próprio bolso e sem a intermediação de terceiros.
Já o Mainstream é tudo aquilo que não está no Underground, podemos dizer que são as bandas que conseguiram subir um nível e assumiram um novo papel. No Mainstream as bandas já passam a não ser totalmente independentes, ali elas terão o total apoio de uma gravadora, que irá correr atrás de toda a produção da banda, desde shows até o merchan.
Os R's

O rap e o rock são dois gêneros musicais que compartilham algumas ideais e algumas dificuldades.
Ambos os estilos, ao chegarem no Brasil e criarem sua própria personalidade, tiveram como objetivo inicial passar para seu público, através das letras das músicas, críticas acerca do momento em que viviam, o que atraía muitos jovens.
Em contrapartida, tanto o rap quanto o rock sofrem preconceitos pelo estilo de suas músicas, pelo ritmo e pelas letras. Quem nunca ouviu uma pessoa falar "Rock é coisa do demônio" ou "Rock é só gritaria"? E quem nunca escutou coisas do tipo "Rap é música de bandido" ou "Esse povo não canta, só fala"? Todos nós já escutamos frases assim.
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O Rap
O rap veio das periferias, dando aos pretos e pobres a voz que eles nunca tiveram. Seus versos são quase sempre críticas ao sistema político, à realidade das favelas e os preconceitos sofridos todos os dias pelos “negros dramas”.
Este tipo de música, que fala sobre o caos de forma poética, modificou o cotidiano de muitos jovens brasileiros que passaram a se interessar pelas letras, depois de assimilá-las às próprias experiências.
Chegou ao Brasil, em meados dos anos 1980, advindo de diversos produtos da indústria cultural dos Estados Unidos, como filmes, danças e músicas, o que fez com que o rap tivesse uma maior visibilidade no país.
Estes produtos culturais estrangeiros serviram de inspiração e referência para os rappers brasileiros adaptarem o rap à seus determinados estilos.
Diferente do que muitos pensam, o rap e a cultura do hip hop não apareceram primeiramente em São Paulo, mas quase que simultaneamente em diversas cidades do país, de acordo com Roberto Camargos, autor do livro "Rap e política: Percepções da vida social brasileira". Apesar de não terem chegado às cidades de formas iguais, o rap surgiu de maneira similar e foi desenvolvido e ganhou visibilidade graças aos seguidores dessa cultura, que passaram a se dedicar a essa arte. Porém, devido ao preconceito sofrido por este gênero, a visibilidade ainda é pouca e a maior parte do rap no Brasil é independente, ou seja, Underground.
O Rock
O Rock surgiu na década de 1950, através de uma mistura dos gêneros Blues, Country e Jazz, e, assim, foi nomeado de Classic rock. Nos anos 1960 o gênero e as bandas da cena começaram a se juntar com o movimento antiguerra e o uso de drogas legalizado, e foi o que deu a cara do Rock na época, surgindo o tão famoso lema dos rockeiros, “Sexo, Drogas e Rock And Roll”. Já na década de 1970 as bandas começaram a voltar a sua raiz e começaram a perder a agressividade que tinham ganhado na década passada, e foi assim que surgiu o Punk Rock, mais conhecido como “faça você mesmo” e nas leituras atuais, “Underground”, porém só na década de 1980 que o termo Underground começou, de fato, a ser usado, pois foi quando se criou o Alternative Rock, nada mais do que as bandas alternativas da cena.
O Rock surgiu nos Estados Unidos e paralelamente no Brasil na década de 1950, porém se popularizou em terras brasileiras só em 1970/1980. E depois dessa popularização começaram a surgir grandes nomes, como por exemplo, Raul Seixas, Barão Vermelho e Cazuza, Biquini Cavadão, Kid Abelha, Lô Borges, Milton Nascimento, entre outros. Os anos 2000 foi o último momento onde tivemos o Rock realmente em alta, foi a época em que surgiu a tão famosa MTV Brasil, que no auge da indústria do videoclipe veio dando muitas oportunidades para as bandas que estavam no seu início de carreira, que ainda eram underground. Os anos 2000 foi bem marcado para a cena, não só pelo surgimento da emissora de TV, mas também, pela criação de festivais voltados para as bandas/público de Rock, como por exemplo o Abril Pro Rock, um festival de Recife.
Na última década, surgiu no cenário alternativo alguns grupos com inúmeras vertentes, indo do Indie ao Stoner Rock, passando pela MPB, pela psicodelia e pelo Rock Brasileiro da década de 1980, e cada dia que passa tem surgido mais e mais bandas. Fato é que infelizmente nós não temos espaço suficiente para tantas bandas. Podemos dizer que a maior parte delas almejam o mainstream, que hoje se vê tomado pelo Sertanejo e esta começando a ser dominado também pelo funk, e mesmo sendo excelentes bandas, com uma presença de palco muito boa, com técnicas de profissionais, elas, infelizmente, ainda terão que percorrer um grande e largo chão para, talvez, conseguirem o que tanto desejam, pois o mercado, não só da parte das gravadoras, mas também dos ouvintes, está quase que totalmente voltado a outros estilos musicais e não estão tão abertos para o novo.
As mais tocadas
O sertanejo é, sem dúvidas, o ritmo mais ouvido em todo país e considerado por alguns "a cara do Brasil". A sofrência, um estilo do sertanejo, domina as rádios e está na boca do povo. De acordo com a lista divulgada pela empresa Crowley, especializada em monitorar estações de rádio em vários países, em um TOP 15 das músicas mais ouvidas no Brasil em 2016, 100% das músicas eram sertanejas.

No ano seguinte, em uma mesma lista de TOP 15 das mais tocadas, o sertanejo continuou se destacando e ocupando a maior parte da lista, mas começou a se dividir com o funk, com o chamado funknejo (mistura do funk com o sertanejo).
Já em 2018 o sertanejo começou a perder espaço para o funk, que começou a ocupar o ranking, tendo em 2° lugar Nego do Borel.
O rap e o rock não aparecem em nenhuma dessas listas.
2017

2018

Em entrevista, a banda carioca Radioativa nos conta como é viver no país do Funk e Sertanejo:
"Não é muito fácil viver no país do sertanejo e do funk, ainda mais com um banda de rock, mas é uma coisa que a gente faz por amor, começamos essa banda pela paixão de tocar e fazer rock, nós não estavamos pensando muito na rentabilidade da coisa. Para se manter é basicamente impossível, é difícil até para as bandas maiores, porquê o Rock agora, é basicamente, totalmente underground, até a galera que se destaca mais hoje em dia, que são as bandas tipo Supercombo e Far From Alaska, que tocam lá fora, tocam em festivais grandes, até eles não são Mainstream, eles não estão tocando em todas as rádios e aparecendo em todos os canais. É difícil mas ao mesmo tempo é gratificante quando a gente encontra pessoas que se identificam com a mensagem que a gente passa"

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Em um universo praticamente todo dominado por homens, Ana Marques fala sobre como é ser uma mulher vocalista de uma banda de Rock.
A sobrevivência do rap nos dias atuais não é uma missão fácil, principalmente pelo fato de a maior parte dos artistas deste gênero musical serem underground, mas esses mesmos artistas lutam diariamente para conseguirem permanecer no universo da música e para a cena se fortalecer.


Danilo Faria, 22 anos, é o criador da página Sem Tampa, que existe há mais de um ano. Segundo Danilo, a página foi criada com o objetivo de gerar união na cena do rap de Minas Gerais e através dela o jovem divulga o trabalho de muitos artistas.
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Danilo afirma que apesar das dificuldades encontradas para os artistas se tornarem Mainstream ainda há espaço para muitos rappers, mas questiona sobre quem serão os artistas que irão representar o rap.
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